sexta-feira, 6 de abril de 2012

Prince of Persia - The Two Thrones



Ano de lançamento: 2005
Gênero: Ação/Aventure.
Desenvolvedora: Ubisoft Montreal.
Publicado por: Ubsoft.
Prince of Persia – The Two Thrones, marca o fim da trilogia Sands of Time. O game lançado em 2003 marcou a volta triunfal do velho príncipe às plataformas mais atuais dos games. No entanto o segundo game não foi tão bem aceito quanto o primeiro, já que muitos detestaram a temática obscura de The Warrior Within, pesando duras criticas a Ubisoft: o próprio criador original do game disse não ter gostado da adaptação violenta da produtora. O fato é que o terceiro game da série já até tinha nome definido e prometia ser tão obscuro quanto o seu antecessor (na época era chamado de Kindred Blades). Mas o estúdio acabou optando por um meio termo, e é nesses moldes que nasceu The Two Thrones, que mesmo não superando Warrior Within conseguiu ser um game satisfatório.
Reescrevendo a história.
Conforme o próprio game narra nas primeiras cenas, o príncipe salva a Imperatriz do Tempo, mata a besta Dahaka e se livra de seu destino. No entanto, ao impedir que as areias fossem criadas o príncipe excluiu da linha do tempo vários eventos da história que de alguma forma estavam ligados às areias. Ou seja, todos os acontecimentos de sete anos atrás (The Sands of Time) simplesmente nunca aconteceram, e é em cima disso que The Two Thrones começa. Velhos conhecidos dos fãs retornam nesse glorioso encerramento da trilogia, com revelações incríveis. Talvez o enredo possa parecer meio clichê logo no inicio, mas o modo com que ele se entrelaça com os acontecimentos dos dois games passados é tão natural que dificilmente a trama vai chatear o jogador.


Apesar de não ser tão “dark” quanto Warrior Within, The Two Thrones buscou um equilibrio entre os dois universos do game passado. A impressão geral é a de que o conceito glamouroso de TSOT está de volta, com palácios ricos em detalhes, cenários mais temáticos com o conceito da arte e um príncipe menos vingativo. Mas algumas cenas de sangue e violência foram mantidas. Esses momentos não chegam a ser chocantes devido ao fato de que inimigos se transformam em areia quando são derrotados. Mas não da pra deixar de sentir um gostinho de regressão na mecânica do game, que volta a ser altamente linear (Warrior Within trouxe um sistema de exploração bem mais complexo) e explorar caminhos bifurcados apenas para achar baús que destravam extras continua sendo pouco convidativo. Salas gigantes que funcionam como um enorme quebra-cabeça também continua sendo o principal atrativo do game, onde os movimentos do príncipe continuam sendo de extrema importância para resolver tais desafios. Ta certo que em um aspecto geral parece que nada evoluiu nessa mecânica, mas correr por paredes e executar saltos incríveis ainda continua sendo satisfatório para o jogador.
Um príncipe, duas personalidades.
Após a primeira meia hora de jogo é que o jogador terá uma bela surpresa, a personalidade soturna do príncipe não foi 100% excluída, mas ela aparece na forma de uma segunda personalidade que ocasionalmente tomará conta do corpo do herói. Nesses momentos o jogador poderá jogar com uma criatura similar a aquela vista no Warrior Within quando o príncipe usa a Mask of Wratch, com ataques mais poderosos, usando uma corrente em vez de espadas. Infelizmente, nessa forma monstruosa o príncipe perde energia vital gradualmente, sendo necessário coletar areias do tempo constantemente para se manter vivo; ou seja, se prepare para telas de game over desnecessárias nessas horas. Na forma do nosso amigável herói você contará com uma nova habilidade, o Speed Kill. Essa novidade consiste na habilidade de matar oponentes sem ser notado. Quando você chega perto o suficiente para a execução é só pressionar triangulo e fazer a sequencia. Resumidamente ao apertar o quadrado na hora certa, quase que um Quick Time Event. Fora isso os combates continuam na mesma linha dos games passados, mantendo até aquelas leves falhas que acabam prejudicando a ação. A defesa falha se destaca, dando a impressão de que bloquear um ataque inimigo parece depender somente 30% da habilidade do jogador, o resto fica por conta da sorte do comando funcionar como deveria. Os combos continuam variados, e ainda são do tipo que deprecia novatos. A novidade fica por conta das lutas contra os chefes, que mesmo sendo poucas (apenas quatro) conseguem ser bem bacanas, exigindo criatividade em cada uma delas.
Os gráficos poderiam ter sido melhores. Em alguns momentos é impossível não comparar com WW, que parece que apresentava gráficos ainda mais bem trabalhados. Mas os cenários em The Two Thrones não chegam a decepcionar, pois apresentam variedade e detalhes bem interessantes. A vida se faz presente em cada cena, seja nas ruas da Babilônia ou nas casa incendiadas ao longo do caminho. No entanto há algo errado com o design dos personagens, ao olhar detalhadamente os corpos notamos que há acabamentos aqui e ali que parecem ser feitos a pressa. O mesmo acontece com algumas animações, que não apresentam naturalidade alguma. Os efeitos sonoros sofreram grandes melhoras, com um acabamento mais cristalino. É interessante notar como cada efeito soa diferente nos diversos locais do game, como se cada ambiente possuísse uma equalização própria. A trilha sonora também volta a ter carisma, com as composições mais voltadas ao contexto da série, isso também prejudicou Warrior Within, que trazia músicas de rock que não se encaixavam no game.
The Two Thrones não poupou esforços para ser uma produção rica e luxuosa, e mesmo que no final das contas o game cometa alguns pecados na parte gráfica isso não chega a prejudicar a experiência. Mas a mecânica linear, por outro lado, acaba deixando a desejar. Os combates foram incrementados com um sistema de mortes silenciosas bem legais, mas fica a impressão de um recurso pouco aprofundado pela Ubisoft, o mesmo acontece com alguns momentos de perseguições em bigas. No geral o título encerra a trilogia com muito gás e diversão, a regressão é clara, mas não é fatal. O jovem príncipe se despede em paz da geração 128bits.
NOTAS:
Enredo: 10.0
Gráficos: 8,0
Sons: 9,0
Diversão: 9.0
Jogabilidade: 9.0
Aprovado:
- Enredo bem elaborado. A trilogia se encerra sem deixar nenhuma dúvida pendente.
- Dois personagens diferentes jogáveis. Cada um apresenta desafios diferentes ao longo do game.
- Combates competentes.
- Trilha sonora volta ao habitual da série.
Reprovado.
-Gráficos mal trabalhados para a época.
- Mecânica muito linear.
- Defesa falha constantemente durante os combates.

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